Município realiza 1º curso de religiosidade popular
A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova
organizou na Sexta-Feira Santa o primeiro Curso Livre sobre
Religiosidade Popular.
O evento decorreu durante todo o
dia, tendo sido composto por uma manhã dedicada a palestras e a
tarde e noite dedicadas ao acompanhamento de celebrações
pascais.
As palestras tiveram lugar
no Fórum Cultural de Idanha-a-Nova e contaram com prestigiadas
personalidades no domínio da religiosidade popular. Estiveram
presentes David de Morais, professor da Universidade de Évora;
Angel Cerrato Alvarez, professor da Universidade Complutense
(Espanha); Clara Bertrand Cabral, da Comissão Nacional da UNESCO; e
o historiador e investigador António Catana, coordenador do projeto
"Mistérios da Páscoa em Idanha".
Comparando Idanha-a-Nova a uma
"ilha encantada", António Catana defendeu que a preservação das
tradições quaresmais e pascais naquele concelho deve-se, em grande
medida, à ação das nove misericórdias (chegaram a existir 11), das
oito comendas e oito castelos templários, e dos dois conventos
franciscanos.
Seguiu-se a visita aos locais de
realização dos rituais religiosos, onde foi possível acompanhar
algumas das tradições da Sexta-Feira Santa no concelho de
Idanha-a-Nova.
Desde a Adoração da Santa Face na
Igreja da Misericórdia de Proença-a-Velha; a Via Sacra pelas ruas
de Monsanto; a Procissão do Enterro do Senhor com representação
cénica da Verónica e cântico das Três-Marias em Proença-a-Velha; e
a Encomendação das Almas em Idanha-a-Nova, foram muitas as
manifestações de piedade popular presenciadas.
Também as refeições do dia
respeitaram a temática do curso. Ao almoço recriou-se a "Ceia dos
12" segundo o receituário popular de Alcafozes, e ao jantar os
participantes saborearam a "Ceia dos 12" conforme o receituário
popular de Segura. As ritualidades alimentares foram explicadas por
Vasco Valadares Teixeira, do Instituto das Ciências Sociais da
Universidade de Lisboa.
Refira-se que as celebrações
quaresmais e pascais são para o Município de Idanha-a-Nova um
importante património histórico-cultural que interessa valorizar
enquanto fenómeno criador de identidade e de desenvolvimento
sustentado.