Jornadas Ibéricas da Figueira-da-Índia impulsionam nova fileira
A cultura do figo-da-índia representa uma
oportunidade para Portugal e em particular para o concelho de
Idanha-a-Nova, onde está projetada, na Incubadora de Empresas de
Base Rural, uma área plantada de 70 hectares, correspondente a 1/3
da existente em todo o país.
Os dados foram apresentados pelo
presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto,
no decorrer das Jornadas Ibéricas da Figueira-da-índia, realizadas
sexta-feira e sábado na Escola Superior de Gestão de
Idanha-a-Nova.
Num encontro inédito dedicado a
esta cultura com crescente interesse agrícola e económico, o
autarca disponibilizou-se para apoiar os produtores de
figo-da-índia do concelho e outros que manifestem interesse a
associarem-se numa organização que permita ganhar escala e
concentrar a oferta.
As jornadas congregaram durante
dois dias, em Idanha-a-Nova, mais de 150 investigadores, técnicos,
agricultores, empresários e estudantes. A partilha de conhecimento
técnico e científico entre os diferentes atores da fileira da
figueira-da-índia, portugueses e espanhóis, foi o objetivo da
organização do certame, composta por Câmara de Idanha-a-Nova,
Escola Superior Agrária de Castelo Branco, Universidade da
Extremadura e Centro de Estudos dos Recursos Naturais, Ambiente e
Sociedade.
Outras entidades que se associaram
a estas jornadas foram a Direção Regional de Agricultura e Pescas
do Centro (DRAPC) e a Associação de Profissionais de Figo-da-Índia
Portugueses (APROFIP). A diretora da DRAPC, Adelina Martins,
incentivou a investigação, experimentação e organização da
produção, enquanto para António Fonseca, vice-presidente da
APROFIP, as jornadas "trouxeram informação sobre uma fileira onde
existe pouco conhecimento produzido e alguma desinformação".
As aplicações da figueira-da-índia
na gastronomia, na farmacêutica ou na cosmética são algumas das
possibilidades que, segundo o diretor da ESA de Castelo Branco,
Celestino Almeida, podem "ser desenvolvidas através de parcerias
entre os meios académico e empresarial".
O evento foi ainda palco da segunda
apresentação mundial de uma nova máquina que permite avaliar o
estado de maturação do fruto, ajudando o produtor de figo-da-índia
na decisão do momento mais oportuno para realizar a colheita.
As Jornadas Ibéricas da
Figueira-da-Índia contaram com uma exposição de frutos e produtos
transformados (compotas, chás, licores, pastel de nata de
figo-da-índia, sabonetes e outros) e a apresentação de empresas e
equipamentos relacionados com a fileira.